Úlcera vasculogênica e o tratamento com laserterapia

Categoria: Enfermagem especializada

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As lesões vasculogênicas, mais conhecidas como úlceras de membros inferiores (pernas) são caracterizadas pela redução do fluxo sanguíneo nos membros inferiores (especialmente abaixo dos joelhos), e consequentemente dificuldade de retorno deste sangue ao coração, ocasionando desta forma diminuição de oxigênio e aporte nutricional, seguido de lesões e morte dos tecidos desta região do corpo.

Algumas doenças de base como Diabetes, Hipertensão e tabagismo podem desencadear ainda mais o surgimento desse tipo de ferida, sendo estas doenças desfavoráveis no tratamento dos pacientes acometidos por este tipo de ulcera, afetando diretamente a circulação sanguínea e dificultando o processo de cicatrização. A falta de adesão correta do paciente ao tratamento também pré-dispõe dificuldade de cicatrização das feridas.

As lesões ou úlceras vasculogênicas podem ser classificadas em arteriais, venosas e mistas.

Segundo estudo de caso cerca de 70% das úlceras em membros inferiores são de etiologia venosas associadas à hipertensão venosa crônica, 10 a 20% são de origem arterial, decorrente de doença arterial e 10 a 15% tem etiologia mista que associam a hipertensão venosa crônica e a doença arterial como causas.

Úlcera Venosa:

Em geral acometem o terço médio distal da perna, principalmente maléolos medias.

De origem hipertensiva venosa crônica, provocam alterações na microcirculação sanguínea.

São lesões de características mais superficiais, rasas (que não se estendem abaixo da epiderme e derme), hiperpigmentadas, podendo ser grandes ou não, de bordas irregulares, às vezes circunferenciais, edematosas, exsudativas, de evolução lenta e pouco dolorosas quando não infectadas.

Úlcera Arterial:

São úlceras comumente localizadas nos dedos do pé, calcâneos e laterais das pernas.

Causadas por insuficiência na circulação arterial periférica, predominantemente pela aterosclerose (doença degenerativa sistêmica que causa a diminuição progressiva da luz vascular de maneira lenta e insidiosa), levam a obstrução progressiva das artérias, e isquemia dos tecidos.

Palidez e redução na temperatura do membro afetado, diminuição ou ausência de pulsos periféricos, bem como diminuição ou ausência de sensibilidade, claudicação intermitente (dor provocada pela atividade e aliviada após o repouso) e dor mesmo em repouso são características de ulceras arteriais.

Este tipo de lesão apresenta leito pálido e necrótico devido isquemia do membro, tem margens definidas e são de rápida evolução, pequenas em tamanho, porém profundas e extremamente dolorosas, não apresentam edema e geralmente pouca exsudativa.

Úlcera Mista:

Embora não tenha conceito especifico, são úlceras que combinam insuficiência venosa crônica à doença arterial obstrutiva periférica.

Contudo, adotam características mistas, tanto arterial como venosa, o que traz às equipes multidisciplinares desafios tanto na identificação do tipo de lesão quanto na sistematização do cuidado e da terapia aplicada ao tratamento das mesmas o que torna indispensável acompanhamento de profissionais especializados associado a individualização do cuidado de cada paciente.

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TRATAMENTO

O manejo clinico consiste no acompanhamento do médico vascular bem como na aplicação de técnicas destinadas ao cuidados de enfermeiros, profissionais especializados em pele, seja na orientação do cuidado diário e uso de coberturas especificas, na necessidade ou não de desbridamento a beira do leito, como também na aplicação do laserterapia associada, podendo requerer combinações ou modificações das terapias aplicadas de acordo com cada caso.

Segundo estudo de Nascimento et, al., 2019 no Brasil, cerca de 3% da população possui ulcera de perna, sendo que desta, 80 a 85% são predominantemente venosas e o laser como forma de fototerapia que emprega radiação eletromagnética capaz de gerar energia suficiente para interagir com tecidos vivos. Produz efeitos fotoquímicos e fotofísicos sem gerar calor, com a intenção de restabelecer a homeostase celular.

A terapia com laser de baixa potência (TLBP), terapia de bioestimulação, tem sido administrada com o objetivo de promover melhor resolução de processos inflamatórios, analgésicos,(redução da dor e o enrijecimento tanto na fase aguda como na fase crônica), evitando a ocorrência de edema, bem como, preservando tecidos e nervos adjacentes ao tecido lesionado, demostrando resultados positivos na cicatrização das úlceras vasculogênicas.

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ESTUDO DE CASO

Paciente T.B, 88 anos com diagnóstico de doença mielodisplásica, Insuficiência Cardíaca, presença de ateroma em artérias carótidas direita e esquerda.

Úlcera vasculogênica em Membro Inferior Direito com estenose superior a 50% em artéria femural superficial e artéria poplíteas apresenta placas de ateromas (gordura), que determinam estenose leve a moderada; artéria fibular e tibial anterior ocluída.

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Primeiros sinais visíveis em agosto de 2021

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Dezembro de 2021: úlcera com presença de necrose nas bordas, área fibrinosa, membro inferior apresenta edema (inchado)

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Fevereiro de 2022: Paciente referindo bastante sensibilidade dolorosa, membro bastante edemaciado, grande volume de exsudato. Tratamento convencional, gaze com vaselina

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Junho de 2022: Exposição do Tendão de Aquiles

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Tratamento com laserterapia associada, coberturas e contenção elástica

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Setembro de 2022: Cobertura total do Tendão de Aquiles

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Fevereiro de 2023: Terapia fotodinâmica - PDT

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Referências Bibliográficas

Palavras-chave: ulcera-por-pressão; úlcera-vascular; tratamento-de-feridas; cicatrização-de-feridas; laserterapia.

Data de pesquisa do referencial bibliográfico: 28/02/2023

• https://sbacvsp.com.br/ulcera-venosa
• https://www.abpferidas.org.br/lesao-vasculogenica
• https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/como-diferenciar-etiologia-das-ulceras-cronicas-dos-membros-inferiores
• https://scielo.isciii.es/pdf/eg/n20/pt_revision2.pdf
• https://1library.org/article/%C3%BAlceras-arteriais-mistas-%C3%BAlceras-vasculog%C3%AAnicas-%C3%BAlceras-venosas-arteriais.q059d8vg
• https://sites.uepg.br/conex/anais/anais_2018/arquivos/04252018_230413_5ae13b95332d3.pdf

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Luciane Barcelos Martins

Enfermeira Estomaterapeuta - COREN/RS 59598 | Esp. Coren/RS 031.152