Ostomas e ostomias

Categoria: Enfermagem especializada


Ostomas e ostomias

Um ostoma é uma abertura cirúrgica que possibilita a ligação do interior do corpo com o meio externo. O objetivo do ostoma é melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviando os sintomas e as complicações das condições que afetam o funcionamento normal do intestino ou da bexiga, por exemplo.

Uma intervenção cirúrgica para fazer no corpo uma abertura ou caminho alternativo de comunicação com o meio exterior, para a saída de fezes ou urina, assim como auxiliar na respiração ou na alimentação.

Causas

As principais causas que levam à necessidade de um ostoma são:
• doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn ou a colite ulcerativa;
• câncer de cólon, reto ou bexiga;
• trauma ou perfuração do intestino ou da bexiga; e
• malformações congênitas ou defeitos no desenvolvimento do sistema digestivo ou urinário.

O objetivo do ostoma é melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviando os sintomas e as complicações das condições que afetam o funcionamento normal do intestino ou da bexiga, por exemplo.

Ostomias do trato digestivo

No trato intestinal, o ostoma é uma abertura na parede abdominal que permite a saída de fezes ou urina do corpo. Os ostomas podem ser temporários ou permanentes, dependendo da causa e da gravidade da doença que os originou. Os ostomas podem ser classificados em três tipos principais: colostomia, ileostomia e urostomia. Cada tipo de ostoma requer cuidados específicos e adaptações na rotina diária do paciente.

As principais causas que levam à necessidade de ostomias no trato digestivo são: obstruções intestinais, perfurações do cólon, traumas, fístulas e proteção de anastomoses de alto risco. Essas condições podem afetar o funcionamento normal do sistema digestório ou urinário e exigir a exteriorização de parte do íleo ou do cólon para o meio externo através da parede abdominal. As ostomias podem ser temporárias ou definitivas, dependendo da possibilidade de reparação ou reconstrução do trânsito intestinal. As ostomias também podem ser classificadas em alça ou terminal, conforme o modo de exteriorização da alça intestinal na parede abdominal.

As ostomias intestinais requerem cuidados especiais para evitar complicações como infecção, sangramento, necrose, estenose, prolapso e hérnia para-estomal.

Ostomias do trato aéreo

No trato aéreo um ostoma é decorrente de um procedimento cirúrgico que consiste na abertura artificial de uma parte do sistema respiratório para o meio externo. Esse tipo de ostomia pode ser indicado em casos de obstrução das vias aéreas superiores, traumas, tumores ou infecções graves. Existem diferentes tipos de ostomas no trato aéreo, como a traqueostomia, a laringostomia e a faringostomia, que variam de acordo com o local e o objetivo da intervenção. O cuidado com o ostoma no trato aéreo envolve a higiene, a umidificação, a aspiração e a troca da cânula, quando presente. Além disso, é importante prevenir complicações como infecções, sangramentos, estenoses e fístulas. A pessoa com ostoma no trato aéreo também precisa de apoio psicológico e social para lidar com as mudanças na comunicação, na alimentação e na autoimagem.

As principais causas que levam à necessidade de ostomias no trato respiratório são: obstrução das vias aéreas superiores, insuficiência respiratória aguda ou crônica, trauma cervical ou torácico, tumores de cabeça e pescoço, infecções graves e malformações congênitas. A ostomia respiratória consiste na abertura de um orifício na traqueia (traqueostomia) ou na laringe (laringostomia) para permitir a passagem do ar e facilitar a respiração. Essa intervenção pode ser temporária ou definitiva, dependendo da condição clínica da pessoa. O cuidado com a ostomia respiratória envolve a higiene do estoma, a troca e a limpeza da cânula, a umidificação e a filtração do ar inspirado, a prevenção e o tratamento de complicações, como sangramento, infecção, estenose e granulomas. Além disso, é importante orientar a pessoa com ostomia respiratória sobre a comunicação verbal e não verbal, a alimentação adequada e o apoio psicossocial.

Ostomias do trato urinário

No trato urinário, o ostoma é uma abertura cirúrgica que permite a saída da urina por uma via alternativa à uretra. O ostoma urinário pode ser necessário em casos de doenças que afetam a bexiga, os rins ou a uretra, como o câncer de bexiga, as doenças renais ou os traumas pélvicos. Existem diferentes tipos de ostoma urinário, dependendo da parte do sistema urinário que é exteriorizada. Os mais comuns são a vesicostomia, a nefrostomia e a urostomia com derivação intestinal.

O ostoma urinário requer cuidados especiais para evitar infecções, irritações ou complicações. É importante manter a higiene do estoma e da pele ao redor, trocar regularmente o saco coletor de urina e observar a cor, o odor e o volume da urina. Também é essencial ter uma alimentação equilibrada, beber bastante água e evitar alimentos que possam alterar o pH da urina ou causar gases. O ostoma urinário não impede o paciente de ter uma vida normal, mas pode exigir algumas adaptações na rotina, na vestimenta e na sexualidade.

As principais causas que levam à necessidade de ostomias no trato urinário são: doenças malignas, traumas, malformações congênitas, infecções e obstruções. As doenças malignas são as mais frequentes e afetam principalmente a bexiga e a próstata. Os traumas podem ocorrer por acidentes automobilísticos, ferimentos por arma de fogo ou arma branca, quedas ou violência sexual. As malformações congênitas são defeitos no desenvolvimento do sistema urinário que podem comprometer o funcionamento dos órgãos. As infecções podem causar inflamação, cicatrização e estreitamento das vias urinárias. As obstruções podem ser causadas por cálculos renais, tumores, coágulos sanguíneos ou aumento da próstata. Todas essas condições podem levar à perda da capacidade de armazenar ou eliminar a urina de forma adequada, o que pode gerar complicações graves como insuficiência renal, infecção generalizada ou perda da qualidade de vida. Por isso, em alguns casos, é necessário realizar uma cirurgia para criar uma abertura artificial na parede abdominal (estoma) por onde a urina será drenada para uma bolsa coletora externa.

Reversibilidade e irreversibilidade das ostomias

A realização de um ostoma pode ser temporária ou permanente, dependendo da gravidade e da extensão da doença ou da lesão.

O que diferencia um ostoma de caráter reversível do caráter irreversível é a possibilidade de restaurar a continuidade do trato gastrointestinal após a resolução da causa que motivou a cirurgia. Um ostoma reversível é aquele que pode ser fechado em um segundo tempo cirúrgico, devolvendo ao paciente a função intestinal normal. Um ostoma irreversível é aquele que não pode ser fechado, seja por impossibilidade técnica ou por contraindicação clínica, obrigando o paciente a conviver permanentemente com a estomia.

Um exemplo de ostoma reversível é a colostomia em alça, que é realizada em casos de obstrução intestinal, trauma ou infecção grave do cólon. Nessa técnica, uma alça do intestino grosso é exteriorizada através de uma incisão na parede abdominal e aberta em sua face antimesentérica, formando dois orifícios: o proximal, que elimina as fezes, e o distal, que elimina o muco. Essa colostomia pode ser fechada após a resolução do problema que a originou, reconectando as duas extremidades do intestino e recolocando-o na cavidade abdominal.

Um exemplo de ostoma irreversível é a colostomia terminal, que é realizada em casos de câncer de reto, doença inflamatória intestinal ou malformações congênitas. Nessa técnica, o segmento do intestino afetado pela doença é removido e o coto proximal do intestino é exteriorizado através de uma incisão na parede abdominal, formando um único orifício que elimina as fezes. O coto distal do intestino é fechado e deixado na cavidade abdominal ou removido junto com o segmento doente. Essa colostomia não pode ser fechada, pois não há continuidade do intestino abaixo da estomia.

Tipos de ostomias

Essas são algumas das ostomias no trato respiratório do paciente:
• Traqueostomia: é a abertura cirúrgica da traqueia na região cervical, que permite a passagem de ar para os pulmões. É indicada em casos de obstrução das vias aéreas superiores, insuficiência respiratória ou necessidade de ventilação mecânica prolongada;
• Laringectomia: é a remoção total ou parcial da laringe, que pode ser necessária em casos de câncer ou trauma. A laringe é o órgão responsável pela produção da voz e pela proteção das vias aéreas inferiores. Após a cirurgia, o paciente perde a capacidade de falar e respira por uma abertura na parte anterior do pescoço, chamada de estoma; e
• Broncostomia: é a abertura cirúrgica de um brônquio na parede torácica, que permite a drenagem de secreções ou ar do pulmão. É indicada em casos de abscesso pulmonar, bronquiectasia ou fístula broncopleural.

Essas são algumas das ostomias no trato digestivo e intestinal do paciente:
• Traqueostomia: é a abertura cirúrgica da traqueia na região cervical, que permite a passagem de ar para os pulmões. É indicada em casos de obstrução das vias aéreas superiores, insuficiência respiratória ou necessidade de ventilação mecânica prolongada;
• Colostomia: é a abertura cirúrgica do cólon (parte do intestino grosso) na parede abdominal. A colostomia pode ser temporária ou permanente, dependendo da causa e da extensão da doença ou lesão. A colostomia permite que as fezes sejam eliminadas através de uma bolsa coletora aderida à pele;
• Ileostomia: é a abertura cirúrgica do íleo (parte do intestino delgado) na parede abdominal. A ileostomia pode ser temporária ou permanente, dependendo da causa e da extensão da doença ou lesão. A ileostomia permite que o conteúdo intestinal líquido ou pastoso seja eliminado através de uma bolsa coletora aderida à pele;
• Jejunostomia: é a abertura cirúrgica do jejuno (parte do intestino delgado) na parede abdominal. A jejunostomia é geralmente temporária e usada para alimentar o paciente por meio de uma sonda inserida no intestino. A jejunostomia não interfere na eliminação das fezes pelo ânus; e
• Gastrostomia: é um procedimento cirúrgico que consiste na abertura de um orifício no estômago e na parede abdominal, por onde é introduzido um tubo ou sonda para alimentação ou drenagem de conteúdo gástrico. A gastrostomia pode ser indicada em casos de dificuldade de deglutição, desnutrição, obstrução do esôfago, doenças neurológicas ou câncer de cabeça e pescoço. A gastrostomia pode ser realizada por diferentes técnicas, como a endoscópica, a radiológica ou a cirúrgica. O objetivo da gastrostomia é garantir a nutrição adequada do paciente e evitar complicações como aspiração pulmonar, desidratação e infecções.

Essas são algumas das ostomias no trato urinário do paciente:
• Ureterostomia: é a criação de uma abertura na parede abdominal para a saída de um ou ambos os ureteres, que são os tubos que levam a urina dos rins para a bexiga. A urina é coletada em uma bolsa externa aderida à pele. Esse tipo de ostomia é indicado para casos de câncer de bexiga, trauma ou malformações congênitas;
• Cistostomia: é a inserção de um cateter através da parede abdominal até a bexiga, permitindo a drenagem da urina. Esse tipo de ostomia é temporário e pode ser usado para aliviar a retenção urinária, tratar infecções ou facilitar procedimentos cirúrgicos; e
• Urostomia: é a remoção da bexiga e a reconstrução de um novo órgão para armazenar e eliminar a urina, usando um segmento do intestino ou do estômago. A urina é desviada para uma abertura na parede abdominal e coletada em uma bolsa externa. Esse tipo de ostomia é permanente e pode ser necessário em casos de câncer de bexiga avançado, lesão medular ou doenças neurológicas que afetam o controle da micção.

Principais complicações relacionadas ao tratamento

Como principais complicações relacionadas aos tratamentos dos pacientes ostomizados, listo as seguintes:
• infecção da ferida operatória;
• dermatite periestomal;
• estenose do estoma;
• prolapso do estoma;
• hérnia paraestomal; e
• fístula paraestomal.

Essas complicações podem afetar a qualidade de vida dos pacientes e exigir intervenções médicas ou cirúrgicas. Portanto, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais e sintomas dessas complicações e orientem os pacientes sobre os cuidados necessários com o estoma e a pele periestomal.

Principais cuidados relacionados ao tratamento

Os principais cuidados que devem ser adotados juntos aos pacientes ostomizados são:
• orientar sobre o que é a ostomia, os tipos de estomas e as bolsas coletoras;
• ensinar a realizar o autocuidado com o estoma e a pele ao redor, como esvaziar e trocar a bolsa coletora, e como prevenir e tratar complicações;
• fornecer as bolsas coletoras e os materiais de proteção e segurança adequados para cada tipo de estoma, conforme a indicação da equipe de saúde;
• apoiar psicologicamente o paciente ostomizado e sua família, respeitando suas emoções, dúvidas e dificuldades;
• informar sobre os direitos legais da pessoa ostomizada, como pessoa com deficiência, e como acessá-los; e
• estimular a participação em grupos de apoio e associações de ostomizados, para trocar experiências e fortalecer a autoestima.

A importância do acompanhamento e orientações de profissionais especializados

Um aspecto muito importante no tratamento e recuperação dos pacientes ostomizados é o acompanhamento de profissionais especializados, com destaque para os Enfermeiros estomaterapeutas.

Esses profissionais são responsáveis por avaliar as condições clínicas e psicossociais dos pacientes, orientar sobre os cuidados com a estomia e a pele periestomal, escolher o dispositivo de coleta mais adequado, prevenir e tratar as complicações, além de promover a reabilitação e a qualidade de vida dos pacientes.

O acompanhamento de profissionais especializados contribui para a redução das taxas de morbidade e mortalidade, bem como para a melhoria da autoestima e da autoconfiança dos pacientes ostomizados.


Luciane Barcelos Martins

Enfermeira Estomaterapeuta - COREN/RS 59598 | Esp. Coren/RS 031.152



Compilação e revisão textual: Juliano Coelho | ProWin - Professional Winners

Fonte de pesquisa:
Scielo
Hospital Moinhos de Vento
Hospital Sírio Libanês
PUC/RS
UFRGS
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